O mundo tá cheio de gente, repleto, lotado… é verdade. Agora, tenta achar alguém que te interesse de verdade nessa multidão pra você ver como o mundo não começa, de repente, a parecer despovoado, deserto, terra de ninguém.
Nem se eu usasse todos os dedos das minhas mãos (e dos meus pés) daria para contar a quantidade de gente bacana que eu conheço e que está solteira à procura de uma pessoa minimamente compatível para tomar milkshake no mesmo canudo enquanto conversam sobre trivialidades, dormir (depois passar a noite em claro) na mesma cama e, com sorte, compartilhar os sonhos e dividir a conta do jantar. Assim, nada muito sofisticado…
E eu nem estou falando só da quantidade de mulheres interessantes, legais e inteligentes que estão sozinhas, mas dos homens também. Não estão em quantidade tão numerosa quanto as mulheres, mas reclamam exatamente da mesma coisa: só tem gente maluca!
Nós reclamamos que só encontramos homens malucos e eles reclamam que só aparece mulher louca! Gente, o hospício é aqui e agora. Ninguém percebe porque toda essa gente doida anda fantasiada de sanidade por aí, disfarçados dentro de vestidos tubinho na night carioca, de terno e gravata na Avenida Paulista, por trás de sorrisos lindos artificialmente clareados, em páginas de Facebook, @s de Twitter e fotos com filtros bonitinhos no Instagram.
Como identificá-los? Simples! Pena eu não fazer a menor ideia, caso contrário nunca teria permitido que malucos tivessem entrado na minha vida, feito estragos consideráveis e depois tivessem saído por aí, bagunçando a vida de outras mocinhas indefesas como eu. Ok, nem tão indefesas, nem tão mocinhas assim, mas, no mínimo, ingênuas.
Agora, quer atrair gente doida de todas as idades, cores, tamanhos e classes sociais? Pergunte-me como.
Veja bem, não me refiro aos esquizofrênicos diagnosticados e tratados em clínicas psiquiátricas. Costumo me entender muito melhor com eles do que com gente considerada “normal” pela sociedade. Me refiro aos loucos que sequer supõem que são loucos.
A maluca disfarçada de auto-suficiente que fala em casamento no segundo encontro. O doido travestido de bom moço que se apaixona pela moça, manda flores, pede em namoro e, uma semana mais tarde, se nega a beijá-la porque perdeu o interesse na menina. A desesperada que parece sensata e manda 20 torpedos por dia. O conservador que se passa por liberal e desmerece a mulher que transou com ele no primeiro encontro. A bandida que incorpora a santa e se nega a sair com o cara depois de não saber mais como se insinuar pra ele. O medroso que banca o destemido e foge ao primeiro sinal de envolvimento. E assim caminha a humanidade…
Passar por situações como essas tem lá suas vantagens. Eu só não descobri ainda quais são. Talvez seja bom porque pode-se eliminar, logo de cara, qualquer possibilidade de levar adiante alguma coisa com alguém que apresente um desses comportamentos suspeitos. O problema é quando os sinais não são tão claros e só começam a ficar evidentes depois de um tempo: o bonzinho-bonitinho-da-mamãe só revela que é sadomasoquista depois de um ano de namoro. Ela só confessa que é fã do NX Zero na porta da igreja. Tenso.
Enquanto isso, gente interessante de verdade se esconde em casa porque perdeu a fé na humanidade ou porque está com medo e/ou preguiça de se relacionar de novo.
E lá fora tá rolando aquela festa estranha com gente esquisita que eu ando me recusando a participar.
Lindo o seu texto! Estranho realmente como a humanidade anda caminhando…
Na verdade vejo muitos levantando estandartes, mas poucos sabem qual o valor do que estão carregando. Incompatibilidade de pensamentos??? Eu n sei…
Quem sabe um dia a festa n seja mais estranha e as pessoas que estejam dentro do seu contexto sejam bem mais legais do que essas que vejo se fingindo de “normais” em seu mundo insano.
Quando conheci meu marido, demorei um tempão pra acreditar que tudo aquilo era verdade. Pra mim parecia tão estranho um cara que dizia que ia ligar e… LIGAVA! Falava com ele no falecido msn, avisando que estava indo a tal lugar e perguntava se ele queria ir junto. Ele ia! Sem inventar que estava super ocupado, sem fazer joguinho, sem dizer que ia pensar. Simplesmente assim: “ok, que horas? Quer que passe pra te buscar?”
Depois de conhecer tantos casos a serem estudados pela psiquiatria, não estava muito preparada para lidar com alguém tão normal e verdadeiro!
Eu acho que existem sim vantagens em passar por situações dignas de hospício: uma delas é que a gente abandona aquela noção equivocada de que namoro bom é aquele cheio de fortes emoções, no qual nunca se sabe o que esperar… A gente para de querer viver na montanha russa e aprende a valorizar um cara que tem palavra, que cumpre o que promete, que vai estar lá quando a gente precisar dele.
Outra vantagem é que a gente aprende a identificar mais rápido os malucos e se livra logo deles, sem sofrer tanto quanto no passado. Nunca esqueça: a cada maluco que você dispensa, está um homem mais perto do homem da sua vida! hahahaha… NÃO DESISTA!
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A vida é tão simples, não sei por que as pessoas precisam complicar tanto…
“Enquanto isso, gente interessante de verdade se esconde em casa porque perdeu a fé na humanidade ou porque está com medo e/ou preguiça de se relacionar de novo.
E lá fora tá rolando aquela festa estranha com gente esquisita que eu ando me recusando a participar.”
Acho que nada nunca descreveu tão bem como me sinto nos últimos tempos…Bom, é sábado, 19h45, estou em casa e não pretendo sair….Ficar em casa e ler Dom Quixote é mais fácil de entender, do que toda essa loucura lá fora…
Serio, to amando seus textos !!!!
Me vejo em muitos deles, pelo menos qse todos que li ate agora ……
bjs
Vou seguir
Me identifiquei muito. Bota mais uma na lista de pessoas interessantes cansadas de festas estranhas com gente esquisita…