Existem momentos em que você pensa, pensa e não há outra saída além da rendição. Porque não adianta procurar cura para algo que não é doença. Mas dói. Eu juro. Eu senti. Dói e queima. Arde. Sua proximidade me enfraquece. Me arranha. Me entorpece, me tira o ar. Sua presença me afoga em pensamentos, me afunda em ideias sórdidas. Quero voltar à superfície da realidade! Mas seu toque me faz transpirar, me faz tremer. Ah, esse doce arrepio que percorre meu corpo. Calafrio de calor é algo clinicamente viável? Preciso de uma vacina! Um remédio. Um veneno pró-monotonia. Porque eu quero minha paz de volta. Meu fôlego de volta. Minha sanidade de volta. Tento argumentar com meu desejo. Motivos não faltariam para justificar a resistência. Mas aí você vem e me faz te querer mais e mais. Preciso te dizer não! Mas já ouço o som do sim em meus lábios. Esse som ecoa, persistente, na minha cabeça. Atordoante. Inconsciente. Incoerente. Me tirando o norte. E não adianta rodar em círculos quando todos os caminhos levam até você. Não há retorno. Não há desvios. Agora é ladeira abaixo. Pressinto o impacto. A explosão. Mas eu não quero frear.
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Lindo e tudo o que eu estou sentindo neste momento! Perfeito. Obrigada por este texto lindíssimo e tão viceral. Beijos
Eu é que agradeço por suas palavras, Bianca! <3
Que bom saber que eu não sou a única maluca a sentir essas coisas rsrs Ótimo texto!