Você não é maluca

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Mulheres são constantemente chamadas de loucas, histéricas, malucas, descontroladas, desequilibradas, descompensadas. Isso faz com que muitas de nós acreditem nisso e aceitem esses adjetivos como verdadeiros. Inclusive de seus companheiros. Mas hoje estou aqui para dizer que não, você não é maluca. E você não está sozinha.

Uma amiga minha, que nunca foi ciumenta, tem brigado com o marido constantemente. Por ciúmes. Os motivos? Ele anda chegando tarde constantemente, aproveita as folgas para ficar com os amigos e não com ela, em uma festa deu mais atenção para amigas que ela nem sequer conhecia e tem adicionado um número cada vez maior de amigas nas redes socais.

Acredito que ninguém iria gostar de ver fotos do namorado/marido/noivo nas redes sociais em diversos eventos com pessoas desconhecidas e, para piorar, sem adicionar na timeline impedindo que as publicações sejam vistas. Nem tampouco ia achar razoável não ser apresentada aos amigos dele estando no mesmo local e ser preterida frequentemente num evento social.

Ou seja: nem todo ciúme é infundado. Ter um relacionamento não é sinônimo de não se relacionar com ninguém. Mas significa, sim, que a pessoa tem importância na sua vida e precisa se sentir incluída dentro dela. Não atender telefone, não avisar onde está, desaparecer, não levar em consideração os desejos do outro e depois ainda se sentir pressionado é imaturidade. Para dizer o mínimo.

Dificilmente vemos coisa onde não tem. Quando nos sentimos inseguras, temos ciúmes, questionamos algum comportamento e desconfiamos de alguma coisa geralmente algo está errado sim. E é bastante cômodo para os homens não justificarem, fazer papel de vítima e dizer que somos loucas. Que as doidas, malucas, desequilibradas, desonestas e ensandecidas somos nós, as mulheres.

Geralmente por trás de cada mulher chamada de louca existe uma história de abandono, traição, infidelidade, desonestidade escrita por um homem que não soube respeitar o compromisso que tem. E, ao invés de assumir isso, prefere culpar a vítima, já cheia de dor, amargura, ressentimento, mágoa, desconfiança e desesperança.

Se a pessoa com quem você está faz com que você se sinta culpada, maluca, desequilibrada, responsável por todos os erros dele, pare para refletir se você não está sendo acusada de coisas que não faz. E de coisas que você não é. Talvez você seja a pessoa mais sã, equilibrada e honesta do relacionamento e, por manipulação, está acreditando justamente no contrário.

É nosso dever refletir sobre os títulos que nos dão e, sobretudo, questioná-los. Se, em um relacionamento amoroso, exigir respeito é loucura, a loucura não está do lado de quem o exige. Louco é aquele que quer amar sem se entregar, respeitar e zelar pela pessoa que escolheu.

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2 pensamentos sobre “Você não é maluca

  1. mariel disse:

    O que o tempo me ensina e a vista do meu ponto confirma é que um relacionamento tem a assinatura das pessoas envolvidas nele. Não se trata de vítima ou algozes, mas de atores protagonistas de uma história. Depende dos envolvidos que ela seja madura e construida em confiança mútua ou não.

  2. […] publicada originalmente no Amor Crônico em 26 de fevereiro de […]

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