Arquivo da tag: desencontro

A pessoa certa na hora errada

vida

São muitas as pessoas que desejam encontrar um grande amor, mas continuam sozinhas. Simplesmente não encontram a quem amar. E fico me questionando: não encontram ou não percebem que alguém especial cruzou o seu caminho? Estavam em outro momento da vida quando conheceram uma pessoa bacana? Ou resolveram não ir adiante com um relacionamento que estava prestes a surgir?

Com a quantidade de gente que se diz cansada de relacionamentos vazios e sexo sem compromisso, será que realmente não existe a “pessoa certa na hora errada”? Sempre duvidei disso acreditando que quando desejamos algo verdadeiramente damos um jeito de fazer com que tudo dê certo. O amadurecimento, no entanto, abre meus olhos para a possibilidade de existir um descompasso entre o que desejamos e o momento em que isso acontece.

Por inúmeras razões, em alguns momentos da vida não estamos dispostos a assumir um compromisso. Terminado um relacionamento, por exemplo, geralmente as pessoas não estão abertas a um novo amor. Sair com os amigos, viajar, andar sem ter que dar satisfação para ninguém pode ser mais relevante do que arriscar a sofrer novamente. E, entre um programa e outro, surge uma pessoa especial que não recebe a devida atenção. Ou você é a pessoa especial ignorada pelo outro.

Como nada é fácil nesta vida, pode ser que pessoas incríveis surjam em momentos indigestos, como uma perda, um problema familiar, uma mudança não planejada da vida, fazendo com que o desejo de viver a vida sem pensar nas consequências impeça a construção de um laço duradouro com alguém. O que é até bom, pois ninguém merece ser envolvido nos problemas alheios.

O amor da sua vida pode ser o colega de turma. O cara do trabalho. O vizinho do condomínio. O amigo de um familiar. O cara da mesa ao lado no bar. O amor está em toda parte, mas não está disponível para os distraídos, que desejam que tudo aconteça no tempo certo – no seu tempo – e não se permitem olhar para os lados.

Já vi também muitas pessoas dizendo que querem amar, mas na hora que sentem o coração bater mais forte se fecham em si mesmas, inventam mil desculpas e não se permitem viver uma nova história.  Temem sofrer novamente e deixam o que poderia ser o amor de sua vida seguir em frente. E o amor, coitadinho, mais uma vez escorre por entre os seus dedos.

Então, se você tem a quem amar, aproveite o momento. Agradeça ao universo por ter apresentado uma pessoa que você desejou que fizesse parte da sua vida no mesmo momento em que ela desejou também. Isso é coisa rara. É um presente. É para poucos.

Para quem, independente do motivo, ainda não encontrou um amor eu tenho uma certeza: o universo nunca desiste de nós e se isso for realmente importante para sua vida irá acontecer. Cedo ou tarde. Mas não na hora em que você deseja. Portanto, não esteja distraído. E se o coração bater mais forte, pergunte a ele se não vale insistir. Pode ser o amor de sua vida, ainda que na hora errada.

linhaassinatura_GISELI

Etiquetado , , , , , ,

Quando nos distanciamos de quem amamos

caminho3

Primos que na infância eram melhores amigos ao longo do tempo pouco têm em comum para conversar e manter algumas horas de diálogo. Amigos de infância ou adolescência, antes parceiros, companheiros e confidentes, tornam-se distantes, mesmo sendo vizinhos. Familiares engraçados, queridos e essenciais a nossa existência passam a incomodar com piadas antiquadas e comentários desnecessários.

Algumas pessoas que antes frequentavam nossas casas, eram companhias indispensáveis para qualquer programa, nos divertiam e conviviam conosco constantemente se transformaram. E não cabem mais em nosso universo. Hoje adotam comportamentos que reprovamos, fazem piadas que nos envergonham, agem de maneira que não admiramos. Provavelmente essas mesmas pessoas pensam o mesmo de nós.

Com o passar do tempo algumas diferenças tornam-se muros intransponíveis e precisamos deixar algumas pessoas ao longo do caminho. É muito desgastante conviver com quem nos diminui, nos envergonha, exige que tenhamos comportamentos semelhantes aos seus ou simplesmente não consegue mais acompanhar nosso estilo de vida. Nem tampouco respeitar a pessoa na qual nos tornamos.

Só podemos construir pontes com aqueles que nos engrandecem, que nos ensinam alguma coisa, que nos fazem refletir sobre o que somos e nos permitem ser melhores. Amigos e familiares que acompanharam a passagem do tempo e nos respeitam em nossa plenitude serão sempre essenciais em nossa jornada. Porque talvez seja essa a maior dificuldade da vida: desfazer os laços com pessoas que foram significantes para nós e permanecer ao lado de quem nos faz bem.

Não há espaço para caminhar ao lado de todas as pessoas que fizeram parte da nossa existência. Mudamos enquanto alguns parecem estacionados num tempo que não existe mais. Fizemos escolhas muito diferentes e hoje tudo o que fazemos parece inadequado aos olhos de alguns. Cada pessoa é um universo e quando os mundos se desencontram não é possível continuar andando pelos mesmos caminhos.

Ainda que algumas dessas pessoas continuem sendo amadas por nós, permaneçam em nossos corações e tenham toda nossa torcida e apoio, ao trilhar rumos tão diferentes não seguirão mais ao nosso lado. E precisamos aceitar isso. Aceitar que as escolhas que fazemos são únicas. Aceitar que nossas experiências são individuais. Aceitar que mesmo tendo vivências semelhantes a de outras pessoas nos transformamos em alguém diferente. Aceitar que mesmo aqueles que nos ajudaram a nos tornar quem somos, hoje impedem que continuemos a nos desenvolver.

As mudanças pelas quais passamos ao longo da vida nos distanciam de algumas pessoas que amamos. E tudo bem. Inútil sentirmos culpa. Precisamos compreender que ao seguir determinado caminho sem levar algumas pessoas conosco estamos permitindo que elas também sigam suas escolhas em paz. Porque na vida tudo se transforma o tempo todo, inclusive os nossos relacionamentos.

linhaassinatura_GISELI

Etiquetado , , , , , , ,

O amor pode fazer mal?

belas_frases_amor

Eu queria escrever sobre o amor sob outra perspectiva: a de que amar nem sempre é bom. Acreditem, tinha o título até. E eu sabia o que queria dizer. Até o momento em que sentei para escrever e todas aquelas palavras, danadas e bagunceiras, simplesmente desapareceram e o título ficou ali, solto, jogado numa página em branco: Amores que vem para o mal.

Era esse o título que eu tinha criado com a pretensão de explicar que o amor pode causar mal. Veja se consegue me entender: eu queria falar sobre relacionamentos amorosos que não vão adiante, sobre aqueles cheios de idas e vindas, aqueles que trazem angústia, desencontro e sofrimento. Ou, pelo menos na maior parte do tempo. Esclareço que eu não iria abordar violência, pois violência não é amor. Nunca.

Eu só queria desmistificar essa coisa de que o amor é mágico, transcendental, puro e exclusivamente bom. Mas eu me desconcentrei. Com uma visita que chegou. Uma música que tocou. Um pensamento que repentinamente surgiu na minha mente. E isso me intrigou. Eu sou a concentração em pessoa! Por que eu simplesmente não consegui escrever sobre o tema que me propus?

Será que eu não queria parecer amarga, fria e pessimista? Lembro que me preocupei com isso enquanto escrevia. Se o amor é considerado sempre bom, como eu vou falar o contrário? Desisti do texto e do título por algumas horas e agora estou diante da mesma página, falando nada com coisa alguma, fugindo do tema, porque o título que inventei não para de me perguntar: o amor pode ser ruim?

Tentando responder a esse questionamento descobri que, na minha cabeça, amar só pode ser bom. E se não é bom não é amor. Mas isso me parece tão simplista… E logo surge outra pergunta: precisa ser complicado? Então dou por encerrado esse texto que deveria ser sobre uma coisa e acabou sendo sobre coisa alguma. Lamento decepcionar, mas hoje não tem conclusão.

Tire as próprias. Ou não.

linhaassinatura_GISELI

Etiquetado , , ,
%d blogueiros gostam disto: