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Para o amor dar certo

casalfeliz

Relacionamento não é coisa simples, porque, definitivamente, lidar com pessoas não é tarefa fácil. Cada um de nós, à sua maneira, é um ser complicado, cheio de manias, que pensa de maneira muito diferente daqueles que os cercam – incluindo familiares próximos, como os irmãos que conviveram juntos a vida toda e tiveram a mesma educação.

Há quem diga que o mundo tornou-se superficial, os relacionamentos efêmeros e que as pessoas estão sem paciência para lidar com as adversidades de uma relação a dois. Mas, pensando nos relacionamentos que existiam no passado, fico feliz que hoje as pessoas possam optar por estar sozinhas ou acompanhadas ou trocar de parceiro.

Acredito na máxima de que é melhor estar sozinho do que mal acompanhado e de que as pessoas não precisam encontrar um par amoroso para vida ganhar sentido. Temos que ser felizes por nós mesmos, independente de qualquer coisa. Por isso mesmo é fascinante que com tanta liberdade ainda existam aqueles que escolham permanecer ao lado de alguém e, mais do que isso, é feliz com aquela pessoa.

Contrariando as expectativas mais pessimistas, muitos relacionamentos estão aí para provar que o casamento não é uma instituição falida. São muitos os insanos neste mundo dispostos a embarcar numa vida em conjunto, sonhando em morar junto, pensando na pessoa amada enquanto trabalha e planejando uma vida com ela.

Mas, o que faz alguns relacionamentos darem certo e outros não? O que é uma relação que deu certo?  Porque, convenhamos, estar juntos há muitos anos sem que haja respeito, em que há agressão física e verbal, em que as pessoas são controladas e não têm liberdade para nada, não é uma relação que deva ser caracterizada como uma que deu certo.

Não existe receita, fórmula, passe de mágica, regras, roteiro ou coisa que o valha para fazer o amor dar certo. Para viver um relacionamento feliz. Para desejar estar ao lado de alguém durante muito tempo. Para desejar a mesma pessoa todos os dias. A não ser a vontade de fazer dar certo.

O problema é que não adianta apenas um se esforçar. É preciso, necessário, urgente e fundamental que os dois estejam convictos de que a relação que constituíram é importante e devem prezar por ela. Se apaixonar pode não ser uma escolha consciente, mas viver uma relação amorosa deve ser.

Os casais felizes não têm nada de especial nem excêntrico e, certamente, não sabem dar dicas de amor perfeito a ninguém. Estão lá, vivendo suas vidinhas pacatas, planejando o cotidiano, pensando em se tornar pessoas melhores para serem melhores para o outro. Escolhendo, todos os dias, estar ao lado da mesma pessoa. Porque não é o amor que faz o relacionamento dar certo, são as pessoas que decidem que o amor vai dar certo. E dá.

linhaassinatura_GISELI

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Tudo novo

Toda virada de ano nos pegamos fazendo planos que se perdem facilmente antes do carnaval – que, segundo a lenda, é quando o ano realmente inicia. Parece até dieta: segunda-feira eu começo! Segunda eu paro de fumar. Segunda eu entro na academia. Segunda eu paro de beber. Segunda eu mudo de emprego. Segunda eu arrumo um namorado. Segunda eu me separo daquele pilantra. Segunda!

E, de promessa em promessa, você está aí, com a bunda gorda sentada na mesma cadeira, cercada de pessoas que você preferia que explodissem como fogos de réveillon, esperando. Esperando o quê? Milagre? Eu até acredito em milagres, mas aqueles que você faz por merecer.

Às vezes, ficamos arrumando desculpas pra não fazer o que realmente queremos. Mas arrumar soluções produz o mesmo esforço mental, eu garanto. E, quando traçar sua meta, não se assuste com a distância: apenas dê o primeiro passo. Como dizia Chico Science, ele é o suficiente para que você já não esteja no mesmo lugar. O resto é consequência. Mas ninguém pode dar esse passo por você. Confie. Em VOCÊ. Porque você PODE. Cultivar o amor-próprio é a forma mais simples de conquistar a felicidade.

Hoje, não vou desejar a você aquele clichê de boas festas: saúde, paz, prosperidade, harmonia… Com certeza muitos entes queridos já fizeram esses votos! Amigo do Amor Crônico, desejo a você CORAGEM. Com ela, você pode alcançar o que quiser.

Lembre-se: o ano não vai ser realmente novo se você continuar igual.

Peixe

Que venha 2014!

linha

Lina Vieira

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Felicidade é um talento – parte II

Desde que tive filhos nenhuma grande perda humana nos aconteceu e eu rogo a Deus que permaneça assim. As perdas materiais, no entanto, se acumularam por anos e tiveram um dramático ápice com um incêndio que consumiu quase tudo o que tínhamos em casa.

(Não sei se toco demais nesse assunto, mas fiquem tranquilos. Pretendo encerrar esse capítulo hoje).

Sofá, ursinho de pelúcia, fotos, lembranças de viagens, roupa que eu nem tinha usado, livros escolhidos a dedo para ocupar lugar de honra na sala (daria na mesma se os enviasse para um campo de concentração) e até um vibrador rosa aposentado por defeito e guardado por consideração aos seus serviços prestados. Tudo se consumiu nas chamas que meus vizinhos bravamente apagaram (sem ter que topar com o vibrador, que fique claro). Os bombeiros não chegaram a tempo, mas eu me consolo imaginando que estavam salvando vítimas em outra ocorrência, ao invés de objetos inanimados na minha – uma troca justa.

Perder celular te deixa dependente de sua própria memória (e sem backup). Perder guarda-chuva (em dia de chuva, lógico) dá aquela sensação de burrice e impotência. Perder o casaco, dá frio. Bolsa com todos os documentos, dá um trabaaaalho… Dinheiro, dá uma raiva danada. E carro, dá uma aporrinhação sem fim. Mas tudo isso a gente tá mais ou menos avisado que pode acontecer. Cedo ou tarde, todo mundo passa por algum desses inconvenientes.

Já, perder todo o conteúdo de sua casa, tudo aquilo que lhe confere as cores e boa parte dos cheiros que te fazem reconhecê-la como lar; da noite para o dia se ver com a roupa do corpo, duas crianças e marido morando de favor (e amor, graças a Deus) é um pouco mais complicado – para não dizer muito.

Perde-se completamente o referencial. Você se sente no lugar errado e na hora errada o tempo todo. Uma forma quadrada para um buraco redondo. Porque por mais que houvesse amor nos lares que me acolheram, é como se eu ouvisse o canto da sereia me chamando até no rangido estrangeiro de uma porta que não era a minha.

Quando você se vê desabrigado, a sensação é que você PRECISA voltar para casa, mas há vilões invisíveis te impedindo de chegar lá. Como um pesadelo repetitivo com trama intrincada e inúmeras corridas pouco eficazes, em câmera lenta.

Com as crianças, sempre temos maior preocupação nessas horas. Elas precisam de rotina, de estabilidade, então, enquanto estávamos fora, tentávamos a todo custo fazer os dias correrem numa normalidade totalmente artificial. E mesmo percebendo todo esse esforço vão, eles, os pequenos, não se abalaram.

Nossa casa foi reformada graças à família e amigos, e passados aqueles dias escuros de tristeza, fuligem e poeira de obra, nunca mais lamentei de verdade nada do que foi perdido. Mas ainda me emociono com tudo o que ganhei (o que vocês, amigos, família, nos deram, não tem preço).

Mas as crianças… Sempre nos inspiram cuidados.

Seis meses depois do ocorrido, volta e meia meu filho mais velho (Nicolas – cinco anos e meio de muito Rock’n Roll) ainda pede algum brinquedo que não temos mais. Nessas horas, olho para ele com uma expressão que mistura pena e dúvida, a qual ele reconhece e responde com um suspiro.

Ontem busquei ele na escola e ficamos alguns minutos parados no trânsito, em silêncio. Do nada ele começou a cantar músicas do Patati Patatá, e como há muito não vemos o DVD, perguntei se ele tinha visto na escola.

– Não, mãe. Lembrei de quando a gente assistia em casa, antes do incêndio.

Ele entende que sua vida se dividiu em antes e depois do acontecido, mas não deu nenhuma pista de como se sentia a respeito. Seis meses é bastante tempo, considerando o grau de normalidade conquistado em nossas vidas, mas não é tempo suficiente para nenhuma mãe neurótica (e todas as mães em pleno exercício de sua função, são neuróticas. Não intento ser exceção).

Não sabia se ele lembrava constantemente da “antiga casa”, se ansiava por brincar com seus Buzz e Woody, se ficava frustrado em jogar num mini-game depois de ter um daqueles consoles modernosos a seu serviço. Resolvi investigar.

– Você fica triste quando lembra?

– Do DVD do Patati Patatá?

– Das coisas que você não tem mais.

Ele revirou os olhos, parecendo escanear as lentes dos óculos de grau, procurando alguma mancha. Vasculhou o cérebro em busca da informação, a alma em busca do sentimento. Não encontrou nada. Deu de ombros. Respondeu um seguro não com uma cara de quem realmente não dá a mínima e sequer entende por que daria.

Fiquei olhando aquele moleque atrás das lentes grossas, cabelo liso emaranhado, mãos grandes para a idade, unhas cheias de massinha de modelar, e o coração vazio de mágoa ou frustração. Nunca me senti tão agradecida e orgulhosa.

Ele poderia se lamentar, afinal, tínhamos finalmente organizado seu quarto, com uma mesinha para desenho e dever de casa, um quadro branco onde descobrira as letras, uma TV só sua (o irmão ainda não havia descoberto o endereço d’A Casa do Mickey Mouse), o vídeo game que ele amava e as paredes pintadas com sua cor preferida: VERDE! Ele poderia lamentar o fato de ter que “se comportar” tudo de novo para (talvez, se a grana der) voltar a ganhar os mesmos presentes.

Ao invés disso ele aceitou que o que está no passado, não existe. E se não existe, como pode lhe fazer mal?

É disso que eu estava falando, entendem? Estava lá, ilustrado naquela carinha, o que é esse tal talento para ser feliz.

Tem talento para ser feliz quem acha graça de sua própria reação frente a cada pequeno revés cotidiano; quem vai do riso ao choro e de volta ao riso em segundos, achando graça da vertigem que dá. Quem transforma o tédio em poesia, quem sabe ser artista pelo inferno e céu de todo dia; quem briga com o amor de sua vida com uma fúria capaz de destruir o mundo, depois faz pazes e amor com a urgência do fim dele.

Quem elogia, só porque é verdade. Quem critica sem o imperativo da sinceridade, banhando cada palavra em gentileza, como uma mãe que mistura o remédio de gosto ruim com leite condensado.

Tem talento para ser feliz quem mesmo estando de ressaca se admira com uma manhã de céu azul e sol escaldante. Quem vai a praia trocar mágoas por conchinhas; quem se deslumbra com o equilibrismo de uma joaninha na borda fina do copo, sem se angustiar em saber se ele está meio cheio ou meio vazio.

Tem talento para ser feliz quem não vê outra escolha. Nem revirando os olhos, nem revirando a alma.

Felicidade é um talento que meu filho tem.

(E se Deus quiser, o menor vai ter também!)

felicidade filho—————————

PS: Eu sei que, se dermos a devida perspectiva, tudo isso se resume a mimimi “classe média-baixa sofre”. Tantas famílias passam por TRAGÉDIAS de verdade, com perdas humanas e sem ter amigos ou família em condições de ajudar – muito menos um Estado interessado em se ocupar deles – não é mesmo?

Por outro lado, tanta gente passa pela vida sem se deparar com esse tipo de acontecimento. Então acho que a história de cada um traz diferentes aprendizados. Esta sou eu, tentando não deixar a minha passar em branco.

E por falar nisso, alguém aí interessado em enriquecer sua própria história ajudando a dos outros?

Se você sente vontade de ajudar, mas ainda não encontrou o caminho, o site Padrinho nota 10 (com informações sobre instituições e como ajudar) pode ser um começo.

Mas acima de tudo, se você sente vontade de ajudar, AJUDE. Não espere um convite especial. Seja sensível ao que te rodeia.

Todo mundo pode precisar de ajuda algum dia. :)

linhaAna Márcia Cordeiro

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Felicidade é um talento. (Ficar na merda também)

Cientistas desocupados de Massachusets comprovaram que 98% da população mundial pensa coisas mirabolantes no banho como “e se todo mundo tivesse rabo?”, “por que a vida do Woody Allen parece um filme do Almodóvar?”, “por que quanto mais o tempo passa, mais cabelo aparece na cabeça do Eike Batista?”, “por onde anda a Tiazinha?”.

O fluxo de ideias parece ser potencializado pelo fluxo de H2O por sobre a cuca, e isso é um fenômeno que iguala praticamente todos os seres humanos, assim como a morte, a dor de barriga, a saudade e o fato de não se conseguir manter os olhos abertos durante o espirro.

No entanto, tive no banho uma iluminação que será de grande utilidade na segunda etapa dessa pesquisa dos cientistas desocupados, a qual eles darão prosseguimento assim que conseguirem vencer a saga Candy Crush.

A teoria: o nível de caos cotidiano a que uma pessoa está exposta é diretamente proporcional a profusão de ideias hidrófilas, alimentadas por essa maravilhosa invenção da humanidade: o regador de mufla, o lubrificador das catraca, vulgo CHUVEIRO.

Neste caso, minha gente, PRÊ-PÁRÁ, porque estarei desfilando aqui totalmente di grátis uma série de pensamentos que tem me ocorrido durante banhos cada vez mais longos, fruto de um escapismo de meu cotidiano que inclui duas crianças lindas com beleza proporcional a BAGUNÇA que elas produzem; salas de aula lotadas de alunos muito divertidos com diversão proporcional a BAGUNÇA que eles produzem e uma babá-suplente-de-mãe que organiza toda essa BAGUNÇA, sendo essa organização proporcional a quantidade de PALAVRAS QUE ELA FALA POR SEGUNDO. Se a porta para o mundo de Nárnia era o guarda-roupas, se Wonderland se vislumbrava pela toca do coelho, a porta do meu banheiro é a entrada para minha ilha de QUASE tranquilidade onde vivo aventuras (débil)mentais – pena que não inventaram ainda blindex a prova de som e notebook a prova d’água.

Pois muito bem. Depois desta introdução longa com tamanho inversamente proporcional a sua própria importância, vamos aos fatos. Esta série de pensamentos se chamará doravante, Talento para. E acredito que este é o primeiro texto de uma série de três ou quatro. Mas não se apeguem a essa ideia porque ela pode facilmente ir pelo ralo. (Hein? Hein? Ralo / Chuveiro. Entenderam o trocadilho??)

A base de toda essa atividade intelectual é a verdade máxima que me atingiu entre uma gota e outra e que se enuncia na frase a seguir.

Felicidade é um talento – se alguém disse isso antes de mim, peço desculpas pelo plágio inconsciente.

Minha observação do mundo através do meu par de janelinhas castanhas me fizeram perceber que as pessoas genuinamente felizes tem verdadeiro talento para isso. Já nasceram com essa predisposição, possivelmente genética – taí uma pesquisa que os cientistas de Massachusets não terão tempo para desenvolver porque estarão “ocupados” desenvolvendo aplicativo para auxiliar competições de cuspe à distância.

Tem gente com talento para as artes; para as ciências exatas; sociais; humanas; pessoas com uma bunda grande e macia o suficiente para ficarem sentadas horas na frente da Tv, computador, etc; ou com a bunda igualmente grande, nada macia e notadamente linda que exibem em rede nacional para fazer inveja aos demais seres humanos com corpos menos esculturais. Bem, da mesma forma que tais talentos são derivados de nossa capacidade intelectual (ou total ausência dela) existem tantos outros talentos que pouco se baseiam em q.i.

Tem gente com talento pra sofrer. Tem gente com talento pra lutar. Tem gente com talento pra resistir. Tem gente com talento pra se adaptar. Tem gente com talento para a vida. Tem gente com talento para ser feliz.

No episódio de hoje, pretendia tratar do talento para ser feliz. Porque assim como minhas pessoas preferidas no mundo, eu sei que o tenho. Prova disso é que acordei com total ciência do tamanho de minhaS dívidaS noS bancoS (perceberãoS?), da quantidade de vidas que tenho afetado negativamente (e por falta de opção, eles bem sabem), e da outra quantidade de vidas pelas quais passo provocando pouco ou nenhum impacto, apesar de meus esforços (que nem são tantos assim — reavalio, na constante tensão de estar me fazendo de vítima. Há casos na família. Preciso estar atenta).

Pretendia tratar do talento para a felicidade em um texto com fortes tendências ao clichezão-autoajuda, mas acontecimentos matutinos me desviaram desse propósito. Basicamente, eu estava tendo um lindo dia ensolarado quando uma nuvem negra com formato fálico simplesmente o ESTUPROU.

Façamos, então, bom uso do talento para adaptar, improvisar. Vamos falar… de… da…

Iogurteira Top Therm?

iogurteira

Não. Já sei. Vamos falar de um ooooutro talento que só agora me ocorreu (e não tem nada a ver com a iogruteira): A INÉRCIA.

Eu já achei que tivesse esse talento, mas era só preguiça mesmo. E preguiça não tem necessariamente a ver com inércia. Preguiça geralmente é só uma vontade irresistível de prolongar uma situação que nos provoca satisfação e prazer OU evitar uma outra que nos provoca desgosto e tédio extremo, quase mortal. Mas a inércia… ô, coisa linda, ela é… percebam… Inércia é a capacidade de se estar NA MERDA e retroalimentar-se na autopiedade com o intuito de continuar exatamente onde se está: NA MERDA. Porque, né… Sair de um poço de merda dá trabalho… Tem que arrumar uma corda… Tem que fazer força pra puxar… Depois de sair, ainda tem que tomar banho… E tá tão quentinho ali naquela merdinha fresca…

Vocês podem a essa altura (ou muitas linhas antes) me indagar: Mas, Ana Márcia, onde é que está o AMOR desse texto que de CRÔNICO só tem a verborragia (ou a diarréia)??

Vejamos o que poso fazer por vocês, meus amores.

Que tal começarmos uma campanha de amor e sinceridade? Que tal você, que tem uma pessoa próxima, um amigo ou parente que carrega esse gene da inércia; uma pessoa com a qual você tenha intimidade o suficiente para dar um toque; que tal você, com muito amor, ir lá e dar-lhe um chute metafórico em seu traseiro; de modo a lhe proporcionar a energia inicial necessária para começar um movimento?

Porque a merda pode até ser um lugar quentinho, mas a companhia das moscas é a única que você conseguirá lá.

Saia da merda. Tome um banho. Com sorte muitas ideias interessantes aparecerão por lá.

Com amor,

Ana Márcia Cordeiro.

Passarinho-na-janela-RJ

linhaAna Márcia Cordeiro

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Chão de giz

Outro dia eu descobri que não sei perdoar. Não esqueço quando me machucam… A dor diminui com o tempo, mas eu sempre vou senti-la em algum momento da minha vida.

Também sei que já magoei algumas pessoas. Não somos sãos, e às vezes determinadas situações fazem com que nossos valores tão preciosos sejam substituídos, mesmo que por um segundo, por sentimentos pouco nobres.

Nossa vida é feita de escolhas. Mas, ao contrário do que pensam, nossas escolhas não influenciam apenas a nós. A minha escolha às vezes depende da sua. E vice-versa. No entanto, não somos capazes de escolher o resultado delas. Nem da sua vida. Nem da minha.

Algumas escolhas nos fazem querer voltar no tempo e tentar fazer tudo de novo, desta vez de forma diferente. Consertar erros: frases mal ditas, atitudes impensadas, injustiças, fraquezas… Tudo que possa consertar algo que hoje pesa tanto. Às vezes lembramos daquele segundinho… aquele último segundo que estávamos entre o sim e o não, e que hoje você se pergunta: por que eu não fiz diferente?

Será? Será que se eu tivesse feito tudo diferente hoje eu seria mais feliz?

A felicidade da gente é um saco furado. Nunca vai encher. Nunca será o suficiente. Nunca ninguém consegue estar satisfeito com o que tem.

Eu não sei perdoar, porque eu nunca me perdôo por escolhas incoerentes ou impensadas ou insensíveis… Mas sei conviver com erros. Erros que não são sinônimos de má fé.

O paradoxo é que a vida é essa… Escolhas. Certas e erradas. E apesar do medo de errar, não deve ser desculpa para não arriscar, porque como já li por aí: não arriscar nada é arriscar tudo. Nunca saberemos se seríamos mais felizes.

Ter medo de errar não pode nunca ser medo de ser feliz.

Se as escolhas não trouxeram a felicidade esperada, com o tempo a gente aprende a ser feliz, e percebe que nada poderia ter sido diferente…ou – quem sabe? – melhor.

linhaDanielle Means .

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