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Almas gêmeas são construídas

Cada relacionamento amoroso oferece uma oportunidade de estabelecer uma união real e profunda, mas só iremos descobrir se somos capazes de construí-la depois que a paixão inicial termina. Quem vive uma relação duradoura (ou já viveu) sabe disso. Só a paixão, ou mesmo o amor, não é suficiente para manter as pessoas unidas.

Por isso eu gosto de falar sobre almas gêmeas. Há quem acredite que a pessoa amada está predestinada a ela, que o destino irá colocar alguém especial em seu caminho, que existe a tal metade da laranja, amor de outras vidas, alma gêmea. Eu acredito em parte:  acredito que almas gêmeas são construídas. Todos os dias.

Eu assistia The Good Place e em um dos episódios fala exatamente isso: que as pessoas se conhecem, têm uma boa sintonia e começam a trabalhar construindo um relacionamento. Começam a trabalhar. Amor não é mágica. É trabalho. Quando a gente ama se preocupa, está disponível, assume um compromisso.

O amor não é como nos sentimos em relação ao outro, mas como nos comportamos. E isso muda tudo. Mais do que dizer “eu te amo”, que para muitos é algo difícil, é demonstrar isso nas ações cotidianas, porque uma das principais tarefas do amor é prestar atenção no outro. Por ações não entenda dar presentes, mandar bilhetes, fazer surpresas. É mais do que isso.

Vemos muitas pessoas afirmando que querem um relacionamento duradouro, reclamando que hoje em dia ninguém quer um compromisso sério, mas que se comportam de maneira desrespeitosa, distante e descompromissada quando encontram a alguém. Ninguém sustenta uma relação sozinho, claro. Mas não dá para reclamar se você não faz a sua parte.

Sua alma gêmea não vai cair do céu. Ela está andando por aí distraída, até que vocês se encontrem, tenham uma boa sintonia e trabalhem muito para construir uma história de amor. E vai valer a pena.

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Como se formam os casais

É engraçado pensar que pessoas que nunca se viram antes, não tinham qualquer vínculo, de repente se tornam casais. Alguns se conhecem no transporte público, em aplicativos de relacionamento, na escola, no trabalho, numa praça, na praia, em um show, durante uma viagem. Conversam, trocam telefones, se beijam, marcam encontros, ficam, namoram, se casam, têm filhos.

Completos desconhecidos e estranhos se tornam uma das pessoas mais importantes na vida um do outro. Compartilham experiências, vivem momentos tristes e felizes, constroem uma vida em comum, que pode levar muitos ou poucos anos. Mas que deixam memórias, criam histórias e fazem com que este encontro, de uma maneira ou de outra, influencie a sua existência.

O amor é uma força potente. E, chega assim, meio de repente. Por mais que muitas pessoas sonhem em encontrar alguém para amar e ser amado, não imaginam que justamente aquele perfeito desconhecido vai se tornar essa pessoa. Ou alguém imaginou, depois do primeiro beijo ou do primeiro encontro, que a história estava só começando e viria muito mais?

É verdade que há casais formados por pessoas que já se conheciam, amigos de infância ou pessoas próximas da família, mas a maioria é construída por pessoas que nem imaginavam que se conheceriam um dia. E, de repente, estão ali traçando planos, sonhando juntas, construindo a própria família.

As pessoas estão lá, entretidas com a vida, fazendo suas coisas, conhecem alguém, se apaixonam e escrevem uma história. E isso é lindo. Prova que as pessoas são capazes de confiar umas nas outras, assumir riscos e se empenhar para contribuir com a felicidade de alguém.

Você encontrou o seu amor? Era alguém que já conhecia ou um completo desconhecido? Onde se conheceram? Se ainda não encontrou, lembre-se: um dia, quando menos esperar, um estranho fará parte da sua vida – se for isso que você desejar, claro.

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A linguagem do amor

Amor é um tema inesgotável. Inúmeras publicações falam sobre relações amorosas, dão dicas para a construção de uma relação feliz e falam de sua importância para o bem-estar. Também lemos e ouvimos milhares de conselhos e sugestões. Mas o que fazer para que uma relação dê certo?

Há psicólogos e pesquisadores que se dedicam exclusivamente a estudar o amor e as relações amorosas.  Um dos maiores pesquisadores desta área, o psicólogo clínico John Gottman, que acompanhou milhares de casais ao longo de décadas, desenvolveu um estudo capaz de prever se um casal se divorciaria ou não nos anos seguintes analisando a maneira como se discutia.

O que ele descobriu que pode nos ajudar? Depois de desenvolver vários modelos e fórmulas para prever a estabilidade conjugal e o divórcio em casais, Gottman concluiu que existem quatro comportamentos negativos que predizem o divórcio: críticas à personalidade do parceiro, desprezo, postura defensiva e afastamento emocional.

Críticas à personalidade do parceiro: há uma diferença muito significativa entre dizer “não esqueça de trazer tal coisa do mercado” e dizer “sempre que vai ao mercado esquece tal coisa, é um imprestável mesmo!”. A segunda frase desvaloriza a pessoa e faz uma crítica a personalidade afirmando que o outro não presta para fazer as coisas direito.

Desprezo: mostrar que o outro não tem importância na sua vida, não ouvir atentamente o que diz, interromper constantemente sua fala, fazer piadas depreciativas, corrigir suas ações. É fazer com que a pessoa se sinta rejeitada e, muitas vezes, reduzida a nada.

Postura defensiva: é se defender quando criticado, sendo que nem toda crítica precisa ser defendida. Escute atentamente, entenda as necessidades do outro e controle a vontade de se explicar. Quando a situação exigir peça desculpas e assuma a sua responsabilidade.

Afastamento emocional: se caracteriza por uma espécie de muro invisível que é colocado entre as duas pessoas após uma discussão, é “dar o gelo”, dificultando a retomada do assunto e aumenta a distância física e emocional. Essa tática é destrutiva, pois faz com que a outra pessoa se sinta rejeitada e abandonada.

Todas as pessoas já tiveram esses comportamentos, aquelas que vivem relações estáveis e felizes. Mas é preciso ter consciência e evitá-los, pois as pesquisam de Gottman demonstram que as pessoas felizes no casamento lidam com os conflitos de maneira gentil e positiva, apoiam um ao outro e se reconciliam com sucesso após uma briga, prestam atenção no parceiro, estão sintonizadas, procuram responder às necessidades do outro, não só em assuntos complexos e importantes, mas em relação às pequenas coisas do dia a dia.

A linguagem mais importante do amor é ter um olhar amoroso para o outro. E só faz isso quem tem amor para dar.

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O amor precisa de cuidado

Amar uma pessoa não nos impede de magoá-la. Cometemos erros, somos mal compreendidos, às não entendemos as necessidades do outro, em alguns momentos negligenciamos o que para o outro é importante. Mas, diante de tudo isso, o que torna uma relação feliz é a capacidade de mostrarmos que nos preocupamos com os sentimentos do outro.

Relações amorosas são desafiantes, porque ninguém é capaz de fazer o outro feliz a não ser ele mesmo. E muitas pessoas se unem na esperança de que só o fato de estarem em um relacionamento trará felicidades. Ou ainda, que a pessoa irá mudar drasticamente o seu comportamento por assumir um compromisso.

Pessoas são diferentes, foram criadas de maneiras diferentes, veem o mundo de maneiras diferentes e, para que consigam uma relação feliz, cada um precisa cuidar de si. E do outro. Ter olhos atentos para perceber que algo não vai bem, um ouvido paciente para escutar, disposição para encontrar soluções que sejam boas para os dois.

Amar não tem que ser difícil – e não é. Desde que a pessoa se disponha, de todo coração, a cuidar da relação todos os dias. Aqui estou falando de relacionamento amoroso, pois muitos, depois de conquistarem a pessoa amada, não dão a mesma atenção, não valorizam as pequenas coisas, não se preocupam em fazer com que o outro se sinta especial. Mas qualquer tipo de amor exige cuidado.

Para que os relacionamentos sejam duradouros é preciso vontade e dedicação. Cuidado e atenção dia após dia. Mas, quando é amor, isso não é sacrifício, pois a alegria e felicidade de quem amamos é a nossa também.

Cuide-se bem. E cuide de quem você ama.

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O cuidado não é tarefa das mulheres

Somos ensinadas, desde pequenas, a cuidar e a servir. Lembram da infância? Ganhávamos bonecas, panelinhas e tudo que fosse ligado ao universo doméstico. Quando os meninos queriam fazer parte das nossas brincadeiras, geralmente, eram desestimulados pelos adultos e incentivados a brincar de outra coisa. Não na minha casa, mas essa é outra história que pode virar texto em outro momento.

Quem nunca ouviu que toda mulher tem instinto maternal? Que afazeres domésticos é coisa de mulher? Que se cozinha bem já pode se casar? Que mulheres têm mais habilidades para trabalhos manuais? Que os filhos precisam mais das mães? Poderia citar outros milhares de exemplos, mas não é necessário, pois creio que todos compreenderam o que quis dizer.

Por que estou dizendo isso, afinal? Porque, quando nos tornamos adultos, somos levados a acreditar que o cuidado é tarefa das mulheres. Em um relacionamento, portanto, muitas vezes as mulheres se veem sobrecarregadas com os afazeres domésticos, cuidados com os filhos e com os maridos – que, segundo pesquisas, chegam a dar mais trabalho que os filhos!

Maridos não são filhos. Mulheres não são responsáveis, sozinhas, pelo sucesso da relação. Filhos não precisam só das mães. O cuidado não é tarefa exclusiva das mulheres, embora a todo momento sejamos levados a acreditar que sim. Está cada vez mais claro para mim que não dá para edificar uma casa sozinha. Carregar esse fardo é desumano e cruel – e leva muitas mulheres à exaustão e sobrecarga.

No mundo em que eu vivo alguns homens preparam almoços e jantares, planejam viagens, lavam louça, limpam a pia, lavam roupa, separam o lixo, cuidam dos filhos – que algumas vezes não são seus. Atribuir a capacidade de cuidar somente às mulheres é ultrapassado, mas ainda há quem viva no século errado, não é verdade?

Cuidar implica em assumir afazeres chatos, como lavar louça, ir ao supermercado, trocar fralda de criança. Mas quando a gente ama e faz isso em conjunto, ou faz pelo cuidado com o outro, essas atividades ganham outra dimensão e aprendemos que o melhor nos relacionamentos são as vivências diárias com as pessoas que amamos.

É no cuidado com o outro que os laços familiares são solidificados, as conexões emocionais são fortalecidas, as relações com os filhos se tornam mais próximas e a nossa existência mais enriquecida. Quem ama cuida. Não num dia de festa ou ocasião especial, mas diariamente.

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