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Por que nos afastamos do que nos faz bem?

Eu ando exausta. E isso não é um privilégio meu. As pessoas com as quais eu convivo andam cansadas, esgotadas, desanimadas e sem energia. E não é uma exaustão física, é, sobretudo, mental. Viver no Brasil tem exigido muito de nós. Todos os dias. Mas este não é o tema desta crônica.

Eu também não sei ao certo qual é o tema. Olhei para o meu blog hoje e vi que a última crônica que escrevi foi em fevereiro deste ano e, desde então, nunca mais publiquei uma linha. E não publiquei por não ter escrito. Não foi por vergonha de algo que escrevi, não foi por medo de algum julgamento, não foi por achar que o texto não estava bom – até porque eu nunca acho que está.

Escrever é uma das coisas que mais gosto de fazer. Desde de muito pequena. Era a menina que tinha um caderno cheio de escritos, que inventava versos e que na segunda série criou um grupo na turma para escrever uma revista. Depois que fazíamos o dever, sentava eu e demais nerds no fim da sala para escrever. Escrevendo consigo expressar melhor minhas ideias, entender meus sentimentos, organizar minha mente e me reconectar comigo mesma.

Hoje, sentindo tão exausta, me perguntei: será que a causa não é, em parte, por estar afastada da escrita? Então descobri o objetivo deste texto: fazer com que eu me sinta melhor. Que as palavras me devolvam algum ânimo. Que eu consiga pensar com mais clareza. Que eu possa voltar a escrever com frequência.

Por que nos afastamos do que nos faz bem? Quantas coisas pequenas, simples e cotidianas deixamos de fazer, imersos a tantas coisas importantes, urgentes e necessárias? O que você gostava de fazer e não está fazendo atualmente?

Será que seu esgotamento não está relacionado a deixar de fazer o que te faz bem? Escrever, escutar música, dançar, praticar um esporte, desenhar, falar com uma pessoa querida. O que você gosta de fazer? O que recarrega as suas energias? Você tem feito isso em algum momento?

Hoje volto a escrever, nem que seja para mim mesma, com canetinhas coloridas em um dos muitos cadernos bonitos. Publicar eu já não sei. Estou publicando agora só para te lembrar que tem sempre alguma coisa pequena que nos faz felizes. E que não precisamos nos afastar dela, por mais que sejam muitas nossas tarefas cotidianas.

Se, como eu, você deixou algo que te faz bem para trás, retome.

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Um ano novo sempre vem

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Este ano está acabando, como outros anos se acabaram. Mas 2016 não foi um ano qualquer. Foi o ano em que sediamos as Olimpíadas e o Estado do Rio de Janeiro quebrou. Que o Brasil desmoronou de tantas maneiras que nem sei descrever. Que a nossa fé na humanidade foi testada diariamente.

2016 confirmou que os anos estão avançando, mas as pessoas não estão evoluindo. Como sonhadora que sou, acreditava ser possível um mundo mais tolerante, respeitoso, em que as pessoas fossem capazes de dialogar e não impor suas crenças aos outros. Que aceitassem as diferenças e julgassem menos. Ledo engano.

Faz tempo que não acredito que somos o país do futuro e que as crianças são a esperança de um amanhã melhor. As crianças, coitadas, só reproduzem os exemplos que têm. E muitas convivem com pessoas desequilibradas, intolerantes, preconceituosas, que julgam serem boas mesmo depois de ter assassinado a pancadas um ambulante no metrô, por exemplo.

A gente liga a televisão e só tem más notícias. Sempre tivemos más notícias, é verdade. Homens que espancam mulheres. Políticos corruptos. Pessoas que agridem umas às outras. Hospitais sem insumos e com pacientes atolados nos corredores. Escolas sem professores, sem recursos, com número superior de alunos por turma. Nada disso é novidade. Sempre existiu. A diferença é que antes tínhamos esperança de que um dia as coisas iriam mudar. Hoje em dia não mais.

Pessoalmente eu não posso reclamar de 2016. Foi um ano bom para mim. Mas eu queria que fosse um ano bom para todo mundo. Que todos conseguissem empregos, pudessem pagar suas contas, estudassem o que escolheram, recebessem seus salários integralmente e nas datas corretas, tivessem recursos para trabalhar. E que casassem com o amor de suas vidas.

Mas, em meio a um ano tão turbulento, 2016 nos ensinou que não precisamos de muito para ser felizes, mas do essencial. Que do amor que damos e recebemos tiramos a força necessária para continuar acreditando que o mundo será melhor algum dia. Que temos que comemorar nossas conquistas e nos alegrar com elas, apesar de tudo que nos rodeia.

Um ano novo sempre vem. A vida sempre continua. E desejo que o ano novo seja leve, feliz, cheio de momentos alegres e muito amor. Que sejamos capazes de mudar o que podemos mudar e de lidar de maneira inteligente e equilibrada com o que não depende de nós.

Feliz Ano Novo!

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