Você vai num encontro e lá vem um tio chato perguntar “cadê os namoradinhos?”. Começa a namorar e logo perguntam quando vai casar. Casa e logo querem saber quando terá filhos. Tem um filho e já querem saber quando vai nascer o próximo. Vivemos em uma sociedade que faz muitas exigências, e estar acompanhado, casar e ter filhos são só algumas delas.
Para as mulheres a cobrança é ainda maior. De diversas maneiras a sociedade nos diz, a todo o momento, que vale mais quem tem um relacionamento, quem é casado, quem não está só. A solidão é vista como fracasso. E, acreditando nisso, muitas mulheres vivem relações infelizes com medo de estar sozinhas.
Compartilhar a vida com alguém pode ser uma experiência maravilhosa e vou sempre defender que é possível construir uma relação bonita, saudável e feliz. Mas não posso deixar de concordar com um antigo ditado popular: “antes só do que mal acompanhado”. A nossa melhor companhia, antes de qualquer outra, precisa ser a nossa.
Infelizmente, conheço muitas histórias de mulheres insatisfeitas com a vida a dois, mas que as mantêm apesar de tudo, pois não querem ficar sozinhas. Acham que o certo é estarem casadas e, uma vez com alguém, devem enfrentar qualquer coisa. Por maior que seja o sofrimento que isso traz.
O quanto vale insistir em um relacionamento que não faz feliz? Do que vale ter um marido e estar sozinha? De que adianta ter alguém e se sentir infeliz? Ou pior: ser agredida, impedida de viver seu projeto de vida, ter uma rotina sobrecarregada e sem satisfação? Só para dizer que tem alguém? Que é casada? Que tem um marido?
A vida a dois pode ser maravilhosa. E a vida de solteiro também. Ninguém precisa se contentar com migalhas, ter um dia a dia sem emoção, um relacionamento que não lhe satisfaz, só porque nos ensinaram que o certo é casar. Ninguém precisa viver para agradar alguém que não a si mesmo.
Casar é certo. Não casar também. Errado é estar com alguém contra vontade ou com quem não faz bem para a sua vida, pois precisa provar aos outros – e muitas vezes a você mesmo – que é uma pessoa madura, respeitável, capaz de encontrar alguém para chamar de seu.
A felicidade está em nós mesmos. Se houver alguém com quem valha a pena compartilhar, ótimo. Se não, ótimo também. E ninguém tem absolutamente nada a ver com isso.
Acho que ser feliz é uma missão pessoal e intransferível. As relações que se tem na vida, como vejo, são uma extensão dessa busca individual. Ficar em algo que diminuiu, impede o crescimento ou aprisiona é uma escolha ruim, mas uma escolha.
Sim, amor é escolha. Amor-próprio também. E precisamos rever sempre nossas escolhas e verificar a quem estamos fazendo bem.
Republicou isso em olharesdebiae comentado:
Essa minha amiga é demais…a ordem é ser Feliz!!!
Obrigada!
Perfeito amiga…como as pessoas ainda estão presas a essas regras cruéis da sociedade!!! Eu me incluo,tá…é pesado!! Gratidão!! Beijos
:)
[…] publicada no Amor Crônico no dia 4 de outubro de […]